O Alentejo começou assim como as suas rectas intermináveis, vestidas de planícies, gado e chaparros. Hoje estamos pelo Arneiro (Nisa), pela informação dada pela senhora Celeste do Café Novo, foi local de rodagem do filme de Teresa Villaverde “A idade Maior” onde atiram um carro pelas Portas de Ródão abaixo… Seguimos o trilho em direcção ao Tejo, dou conta da imensidão de seixos do Rio dispostos em montes e a fazerem de base para oliveiras, são restos da exploração de ouro que acontecia no Tejo na altura dos Reis, supostamente uma zona rica neste metal precioso.
Já quase a chegar ao destino paro para falar com um velhote a cuidar do seu pedaço de terra com o fiel ajundante, um burrito a puxar um arado artesanal, lá me indicou o caminho e onde encontrar uma fonte, um pouco mais à frente deixa o aviso “cuidado com há ali um cão maior que o seu solto”. O cão estava mesmo lá e como é óbvio investiu sobre nós, já de boca presa no Godo tive que o pontapear para o separar e só agora chega o dono todo agressivo por eu ter enxotado o cão que me estava a atacar, “deixava-o desfazer o Godo quer ver…” lá fui convidado a voltar para trás sem ver as Portas de Ródão, para quem está a construir uma casa de turismo rural é uma pessoa muito simpática e acolhedora… Mas quando há vontade há caminho vou lá nem que tenha que ir dar a volta, e quem tem boca vai a Roma, perguntei a um senhor outra forma de lá chegar, diz-me que há uma quinta abandonada mais abaixo. Vamos ver e lá descobrimos um caminho de pescador à beira Tejo.
Fica aqui a prova que se há vontade há caminho…
A Procura 